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VIII Encontro Nacional da Ação Popular Socialista – APS/PSOL

O Capitalismo é barbárie, desigualdades e morte

A profunda crise que o capitalismo enfrenta hoje, resultado da convergência da crise econômica com a pandemia, trouxe como resultado o aprofundamento da exploração do capital sobre o trabalho, a concentração de renda e riqueza, o parasitismo rentista, o aumento da dominação dos países do centro imperialista sobre os países dependentes da periferia e o incremento da pobreza, da miséria e da fome.

Aprofundou também as opressões de raça, de etnia, de gênero contra as mulheres e LGBTQIA+, da xenofobia, violência, desigualdades, discriminações, exclusões e opressões as mais diversas. Enfim, há um agravamento das desigualdades sociais de todo tipo e a concentração de riqueza enriqueceu ainda mais os bilionários e multimilionários em diversos países como EUA ou China, Brasil ou Nigéria, Israel ou países árabes, Rússia ou Ucrânia etc.

A Crise do capitalismo é profunda e múltipla

Neokeynesianismo, pandemia e incógnitas

As previsões econômicas não são boas

  1. Há uma série de fatores que estão complicando uma recuperação econômica. A convergência da crise econômica com a pandemia e o descompasso no seu combate entre os países, concomitantemente com o aprofundamento da bipolarização interimperialista, provocou, além da recessão, uma desorganização e desequilíbrio dos processos produtivos, característicos da anarquia da produção no capitalismo: crise energética, alimentar, ambiental, de semicondutores (microchips), quebrando as cadeias globais de produção e distribuição, de logística, de desequilíbrios entre oferta e demanda de contêineres nos portos e de uma inflação que vem ganhando dimensão mundial.
  2. Além disso, a pandemia resiste, mesmo com o avanço da vacinação, em parte favorecida pelos polos de negacionismo e resistência à vacina e ao isolamento social, que continuam sendo estimulados por grupos mais à direita em vários países. Nos EUA, cerca de 25% da população continua se negando à vacinação. Além disso, a aplicação das vacinas continua muito desigual entre países mais desenvolvidos e mais pobres, refletindo as marcas classistas e racistas da desigualdade mundial.
  3. Continuam os riscos de novas pandemias, pois o desequilíbrio ecológico se expande conforme o capital submete novos espaços à sua reprodução. As regiões subtropicais do planeta tiveram o seu espaço reorganizado de acordo com a lógica das indústrias. Entre a I Revolução Industrial e a II Guerra Mundial esses espaços passaram por transformações radicais na política, no sistema produtivo e na ecologia.
  4. Após a II Guerra Mundial, a superação do fordismo pelo toyotismo modernizou o sistema produtivo nos países desenvolvidos e terceirizou parte do sistema produtivo industrial para países menos industrializados, que passaram por uma industrialização tardia e uma urbanização acelerada.
  5. Em seguida à crise dos anos 1970, a indústria mais avançada (tecnopolos) mantém sua concentração nos países desenvolvidos, mesmo com o forte deslocamento da indústria para o sudeste asiático. Essa concentração industrial atual contribui para a forte poluição atmosférica dessas regiões, que ainda têm como fonte energética os combustíveis fósseis, apesar da transição energética já em curso nesses países.
  6. Depois os anos 1970, o capital financeiro avançou sobre a América Latina e África, por meio das commodities agrícolas e minerais, financiando o desmatamento e a grilagem de terras nesses continentes, produzindo conflitos com os povos originários e tradicionais e colocando em risco o equilíbrio climático nessas regiões.
  7. Com isso, a América Latina e a África se tornam o epicentro para a construção de uma estratégia ecossocialista. O avanço do capitalismo sobre as florestas equatoriais, além de gerar conflitos territoriais com os povos e comunidades tradicionais dessas regiões, pode gerar novos patógenos e criar novas pandemias, além de provocar mudanças climáticas nos continentes que têm na agricultura a principal geradora de divisas das elites regionais e também de subsistência dos povos.
  8. No período mais recente, houve um enfraquecimento tanto da “ofensiva conservadora” quanto da “resistência popular”. Não houve nenhuma nova vitória importante das forças mais conservadoras e de extrema direita que, ao contrário, sofreram algumas derrotas importantes como nos EUA, Israel, países nórdicos, Alemanha e em parte da América Latina. Mas isso não significa que tenha havido vitórias de forças políticas realmente de esquerda, mas de liberais, social democratas liberais e verdes liberais.
  9. Biden venceu Trump, mas, como esperado, isso não significou democratização das relações do EUA com o mundo. Pode trazer algumas melhorias nas condições de vida do povo nos EUA, seja pela política de enfrentamento racional da pandemia, como de fortes investimentos do estado para estimular a economia (para se recuperar da queda de 3,5% do PIB em 2020) e atenuar as nefastas consequências sociais, seja pelo enfraquecimento de políticas mais conservadoras e reacionárias nos costumes e contra imigrantes, negros, latinos, mulheres e população LGBTQIA+. A estimativa de crescimento do PIB dos EUA em 2021 foi de 5,6% (BM e FMI).
  10. Vivendo um momento de forte polarização social, devido ao aumento da desigualdade, e conflitos político-ideológicos entre os próprios grupos dominantes, os EUA precisaram fazer isso para recompor uma unidade interna sob a hegemonia do capital e ter melhores condições de enfrentar o seu principal desafio geopolítico, que é a disputa interimperialista com a China.

A disputa interimperialista se aprofunda

Nem OTAN, nem EUA, nem Rússia oprimindo o povo da Ucrânia!

A crise econômica sem luz no túnel

Novas tendências e contradições na América Latina

É preciso construir e fortalecer a Resistência Popular

A solidariedade internacional é necessária para derrotar o imperialismo

Nossa luta é internacional!

Unidade do povo trabalhador para enfrentar a direita, o ultraliberalismo, o conservadorismo e as vertentes neofascistas!

Fortalecer a Resistência Popular contra o capital, o imperialismo e todas as opressões!

Demarcar posições com o social-liberalismo e o reformismo conciliador de classes!

Construir uma alternativa verdadeiramente de esquerda no Brasil e no mundo!

Abaixo Imperialismo, Pelo Fim da OTAN e pela retirada das tropas russas da Ucrânia!

Trabalhadores e oprimidas e oprimidos de todo o mundo, uni-vos!

Povos explorados e oprimidos, ousai lutar!

Abaixo o imperialismo e Pelo Socialismo!

Ousando Lutar, Venceremos!

VIII Encontro Nacional da Ação Popular Socialista – APS/PSOL

VIII ENAPS – Brasil – 8 a 10 de abril de 2022


[1] Ver https://acaopopularsocialista.files.wordpress.com/2016/06/v-enaps-resoluc3a7c3b5es-finais-texto-unificado.pdf

[2] A metodologia do BM, com base na economia real, ou Paridade do Poder de Compra, é diferente da usada pelo FMI, baseada no dólar. Os resultados são mais diferentes quando se trata de medir o tamanho da economia dos países (por exemplo, para o BM, a economia da China já é maior que a dos EUA desde 2015). Entretanto, quando se trata de previsões e estimativas de crescimento, os números são mais aproximados. Ademais, essas estimativas são instáveis e sempre sujeitas a muitas intempéries. Portanto, devem ser encaradas como “tendências” e não como números exatos.

[3] https://acaopopularsocialista.com/2022/02/28/nem-otan-nem-eua-nem-russia-oprimindo-o-povo-da-ucrania/

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