Aderindo aos ajustes neoliberais e a uma governabilidade subordinada ao capital, Rui Costa e o PT concluem o transformismo político iniciado nos anos 90 e mais delineado no governo Lula da Silva. Por Eliziário Andrade, a seguir.

PARA QUEM O GOVERNO RUI E O PT QUEREM APROVAR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA?

Por Eliziário Andrade*

 

Aderindo aos imperativos dos ajustes neoliberais do capital em nome  de uma governabilidade subordinada a conciliação de classes,  Rui e o PT concluem o transformismo político que teve início desde os anos 90; delineando-se de forma mais clara já no primeiro mandato do governo Lula.

Na atual conjuntura política em que a extrema direita toma o controle das instituições, particularmente do Estado para por em marcha reformas ultraliberais exigidas pelo capital financeiro internacional e o conjunto das frações burguesas, o PT na Bahia aliado a estes mesmos interesses econômicos e políticos,  deixa claro para quem deseja fazer a reforma da previdência já realizada no âmbito federal pelo governo neofascista de Bolsonaro.

A linha política reacionária, conservadora e de direita dessas reformas que estão sendo impostas na Bahia, no plano macroeconômico e de sua lógica, nada se diferencia do conteúdo naquilo que Bolsonaro está implantando no país. Pois o objetivo é o mesmo que busca maximizar a exploração e espoliação dos trabalhadores com redução violenta da renda, da fragilidade completa do trabalho, dos direitos sociais conquistados em décadas através de lutas e sacrifícios da maioria dos que produzem a riqueza do país. Neste sentido, os ajustes econômicos e sociais de Rui se configuram como uma ação da luta de classe, e ele como já escolheu o seu lado, se põe na trincheira dos poderosos e de um Estado que cumpre a função de salvaguardar, acima de tudo e de todos os interesses e vantagens do capital em uma ordem burguesa em crise.

Seguindo a trajetória histórica de traição que a socialdemocracia mais clássica  e os “sociais-liberais” (PT) tem cometido, o governo Rui em nome da contabilidade do Estado a fim de colocá-lo em condições de cumprir com seus compromissos financeiros, mente descaradamente e de forma cínica para a população ao justificar sua reforma como algo necessário e lógico. Quando, em verdade, omite que a alternativa encontrada para sanear as contas do estado obedece a uma política de favorecimento ao capital, livrando-o de qualquer penalização ou custos. Essa atitude está em inteira conformidade com a política de conciliação de classe em detrimento dos interesses daqueles que vivem do trabalho. Essa é a verdadeira razão das reformas do governo Rui e do PT, contra as quais devemos lutar e resistir.

* Eliziario Andrade é professor da UNEB

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