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A Ação Popular Socialista (APS) manifesta profundo desacordo com a recente aliança entre a pré-candidatura de Guilherme Boulos (PSOL-SP) e o Partido da Mulher Brasileira (PMB). Essa aliança não só coloca em risco a credibilidade da campanha de Boulos, como também representa uma contradição flagrante com os princípios do PSOL.

O PMB, conhecido por sua orientação conservadora, foi palco da tentativa de candidatura do ex-ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, notório por suas posições reacionárias. A tentativa de Weintraub de usar o PMB como plataforma evidencia a natureza oportunista e descomprometida do PMB com as lutas populares e da classe trabalhadora.

A declaração recente da presidente nacional dessa sigla, Suêd Haidar, de que o PMB não se classifica ideologicamente e “não é feminista” é alarmante. Afirmar que lutam pela ampliação do espaço da mulher na política, mas rejeitar o feminismo, revela uma postura contraditória em relação à verdadeira emancipação das mulheres. Tamanha ausência de compromisso com as bandeiras históricas das lutas das mulheres desrespeita, inclusive, toda a militância feminista do partido.

A APS defende que o PSOL seja o partido de uma “nova cultura política”. Amparados no Programa Democrático e Popular, nos alinhamos à perspectiva de transformação da política, da economia, da cultura e das relações humanas, em direção a uma sociedade sem opressões e ecossocialista.

A aliança com o PMB representa a velha política de conciliação de classes com partidos burgueses, aliados do grande capital. A APS acredita firmemente que a campanha de Guilherme Boulos deve se consolidar como uma verdadeira alternativa de esquerda, alicerçada na classe trabalhadora e nos movimentos sociais. A história mostra que alianças com partidos conservadores, sem base programática, não fortalecem a luta dos oprimidos, mas diluem suas demandas em conchavos políticos que beneficiam apenas uma pequena elite.

Nesse sentido, conclamamos Guilherme Boulos e o PSOL a reconsiderarem essa aliança e reafirmarem seu compromisso com uma campanha independente, que dialogue diretamente com as necessidades e aspirações do povo trabalhador de São Paulo. Uma candidatura de esquerda deve ser construída com a participação ativa dos movimentos sociais, sindicatos e organizações populares, e não mediante acordos com partidos que representam interesses antagônicos aos da nossa classe.

Vamos à luta, por uma São Paulo de quem batalha!

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