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NOTA DA AÇÃO POPULAR SOCIALISTA SOBRE A QUESTÃO PALESTINA

“Quem vai devolver a vida de crianças que morreram sem saber por que estavam morrendo?”

Luís Inácio Lula da Silva

Nota da Ação Popular Socialista (APS/PSOL)

Há um genocídio em curso na Palestina. Isso não é uma opinião, é um fato. Até o momento são cerca de 30 mil civis mortos. Pelo menos 14 mil são crianças. Qualquer definição de genocídio se aplica ao que o governo de Benjamim Netanyahu está fazendo na faixa de Gaza. Bombardear hospitais, igrejas, prédios da ONU, ou ainda abrigos de refugiados, não pode ser considerado “direito de defesa”. São mais de 2 milhões de pessoas comprimidas em uma estreita faixa de terra, impedidas de sair, de se alimentar, de beber água, de resistir ao inverno. A chamada “ajuda humanitária” é bastante insuficiente e enfrenta diversos entraves. Os palestinos de Gaza, depois de serem obrigados a abandonar suas casas e se deslocar, estão aglomerados em um pequeno local do sul, sujeitos aos ataques por ar, terra e mar de um dos mais bem equipados e violentos exércitos do mundo, que recebeu, só dos EUA, mais de 260 bilhões de dólares desde a criação do estado de Israel em 1948.

Tudo isso está sendo televisionado, mas pouca gente se importa. Esse genocídio conta com a conivência, o silêncio e até mesmo o apoio de muitas lideranças internacionais e países, sob a alegação de “direito de defesa de Israel”, com destaque para o imperialismo estadunidense, o principal financiador dessa destruição e matança. Muitos governantes têm dado declarações hipócritas de condenação ao “excesso de mortes de civis”, mas nada fazem para pressionar Israel a um cessar-fogo, como se o estado sionista tivesse direito ilimitado a exterminar os palestinos, destruir e tomar suas terras para se defender, depois de tanta opressão a esse povo por 75 anos.

O mais cruel é que aqueles que ousam se levantar contra a chacina são imediatamente acusados de “antissemitismo”. Essa narrativa não se sustenta, porque sionismo é bem diferente de judaísmo. O judaísmo é uma religião e nós defendemos a liberdade religiosa em toda a sua dimensão. O sionismo não é uma religião nem uma etnia; é a defesa do estado de Israel como de caráter exclusivamente judeu e de natureza expansionista, baseada em uma ideologia colonial, racista e supremacista. Tanto é assim que milhares de judeus, na diáspora e inclusive em Israel, se levantam contra o sionismo, contra Netanyahu e contra o extermínio deliberado do povo palestino. Milhões de manifestantes têm ido às ruas em todo o mundo protestar contra o genocídio em curso e a destruição da Faixa de Gaza.

O presidente Lula ousou defender o fim do massacre do povo palestino e caracterizou de genocida a política do estado sionista de Israel, como foi genocida o Holocausto, uma tragédia para a humanidade, quando 6 milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas. Qualquer ato de extermínio de uma etnia ou parte dela deve ser firmemente condenado, seja grande, gigante ou em menor proporção – genocídio é sempre uma tragédia e um crime contra a humanidade. Netanyahu e o governo de Israel imediatamente reagiram e declararam Lula “persona non grata”. A extrema-direita no Brasil já fala em impeachment… interessante notar como uma afirmação pode gerar mais indignação que o massacre genocida de milhares de inocentes. A definição disso é hipocrisia e cinismo. Lula acertou. Não há retratação quando se fala a verdade. Mas é preciso também expulsar o embaixador de Israel, declarar Netanyahu persona non grata no Brasil e romper relações com o estado sionista de Israel.

Defendemos o imediato cessar-fogo; o fim do genocídio em Gaza e do massacre na Cisjordânia; o fim dos deslocamentos forçados; condenamos quaisquer ataques a civis inocentes; exigimos a libertação dos reféns israelenses e palestinos; a reconstrução da Faixa de Gaza, a destruição dos 760 Km de muros na Cisjordânia e a retirada dos “assentamentos” judeus na região; o fim do apartheid sionista; o rompimento imediato das relações diplomáticas com Israel. Defendemos a criação de um estado laico, democrático, com liberdade de culto e direito de retorno para ambos os povos, e que judeus e palestinos possam conviver em paz, com cidadania plena e direitos iguais.

AÇÃO POPULAR SOCIALISTA/PSOL – fevereiro de 2024

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