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Manifesto contra a entrada do PSOL no governo Jerônimo/Geraldo Jr

O enfrentamento ao bolsonarismo, ao reacionarismo e ao conservadorismo é a tarefa mais importante da esquerda no momento atual. A derrota de Bolsonaro nas urnas foi central nessa luta. Precisamos continuar nas ruas contra a extrema direita e sua horda nazifascista. Na Bahia, a derrota de ACM Neto também foi significativa e seguiremos nos colocando contra o ex-prefeito de Salvador. O PSOL cumpriu um papel importante nesse processo até aqui e permanecerá neste caminho.

O PSOL se fortaleceu nos últimos anos pelo enfrentamento direto à extrema direita e pela apresentação programática de pontos fundamentais da vida do povo trabalhador brasileiro. O crescimento do partido se deu pelo acerto político na atuação do parlamento, assim como nos grandes temas, como o apoio à candidatura de Lula desde o primeiro turno e a aliança estratégica com os movimentos sociais, em especial o LGBTQIA+, o movimento negro, o de mulheres, o de indígenas e o estudantil.

Na Bahia, a candidatura de Kleber Rosa foi um grande acerto do Partido. Vocalizando um programa anticapitalista, as reivindicações dos movimentos sociais, enfrentando frontalmente a candidatura bolsonarista de João Roma e das elites oligárquicas, ACM Neto, mas também apresentando o balanço crítico dos 16 anos de governo do PT, em especial na área de segurança pública, educação, meio ambiente e serviço público. No segundo turno, de forma crítica e com a entrega de uma carta programática, o Partido apoiou e somou esforços na candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT). Fizemos parte de uma frente ampla contra a direita carlista apoiada pelos fascistas bolsonaristas.

O apoio programático do PSOL à candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) no segundo turno, não colocou em risco a independência do partido, muito menos ao final das eleições. Seguiremos dialogando com o Governo e setores progressistas, pois apresentamos um programa e um projeto político para a Bahia e queremos respostas do governo eleito. Nosso papel será de pressionar o novo governo para mudar os rumos da política que até aqui adotaram (Wagner e Rui) especialmente nos temas já citados: segurança pública, educação, meio ambiente e serviço público.

A pressão e a disputa por um novo projeto político para a Bahia só serão possíveis via pressão popular e não através de negociações em uma composição de governo. Entendemos que a melhor localização para o PSOL seguir cumprindo sua tarefa junto às lutas populares é se manter independente do novo governo, sem, contudo, se furtar ao diálogo com este.

Na atual conjuntura, é fundamental a independência política do nosso mandato na ALBA. O papel que o Deputado Hilton Coelho cumpre e vem cumprindo só foi possível por conta da construção das reivindicações com os movimentos sociais, enfrentando com coerência o projeto desenvolvimentista e conservador dos governos petistas nos últimos 16 anos.

Em quase duas décadas de governos petistas, o balanço não é positivo.- Vivenciamos um processo intensificado de genocídio do povo negro, privatizações dos serviços públicos, sucateamento da educação, devastação do meio ambiente, manutenção dos privilégios da elite (…) fruto das alianças com o que há de pior na política baiana, expressão do caminho trilhado por esses governos.

Até agora, o futuro governo da Bahia, de Jerônimo Rodrigues (PT) e Geraldo Júnior (MDB), não fez nenhuma sinalização de mudança nos rumos programáticos, ao contrário disso reafirma pontos críticos que herdará de seu antecessor. Ao longo da campanha, Jerônimo manteve a defesa do modelo de desenvolvimento aliado ao agronegócio, ao projeto de segurança pública pautada no confronto direto, ao fortalecimento da parceria público-privada, privatização de parques e áreas de preservação ambiental, e um longo etc, sendo incapaz de garantir o fim do processo, iniciado por Rui Costa, que visa a privatização da EMBASA.

O PSOL Bahia tem o desafio de consolidar a construção do partido socialista, popular e de massas, refletindo o papel  indispensável que têm cumprido na reconstrução de uma perspectiva de independência de classe para a esquerda brasileira. 

Este desafio se dará na medida em que o PSOL consiga responder política e programaticamente aos problemas da classe trabalhadora no estado e na luta política contra as forças reacionárias e conservadoras, sempre alicerçado na mobilização popular. 

A possibilidade do ingresso do PSOL no governo Jerônimo/Geraldo Jr, significaria um silenciamento das críticas feitas pelos Mandatos do Deputado Estadual Hilton Coelho, pela Mandata das Pretas por Salvador, pelos vereadores Jhonatas Monteiro, Danilo Santana e pelo ativismo dos movimentos sociais, aliados estratégicos dos socialistas e parte fundamental da militância mais dinâmica do Partido. 

Por esse motivo, somos contra a entrada do PSOL no governo Jerônimo e seguimos na defesa de um PSOL independente e de luta. Manter a independência política, para construir as lutas sociais, para exigir ou mesmo para defender o governo, é pilar para que o PSOL na Bahia siga coerente com seu projeto presente e futuro e seja uma alternativa para milhares que acreditam na possibilidade de construir um projeto para maioria, sem aliança com a velha política.

Na defesa do PSOL independente e de luta!

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