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Nota da APS/PSOL sobre o 1º Turno das Eleições Presidenciais e sobre a Conferência Eleitoral do PSOL

No último dia 30 de abril o PSOL realizou sua Conferência Eleitoral onde definiu apoiar a chapa Lula/Alckmin no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022.  Desde o início dos debates, defendemos que o PSOL apresentasse candidatura própria para a Presidência da República no 1º turno. Ousamos lutar, junto com outros setores da esquerda partidária, em defesa da pré-candidatura do companheiro Glauber Braga. Travar essa batalha ao lado desse valoroso companheiro muito nos orgulhou e através da sua pré-candidatura os setores de esquerda do partido produziram um programa capaz de oferecer uma saída da crise em benefício da maioria do povo trabalhador. A Conferência Eleitoral do PSOL, entretanto, aprovou por maioria apoiar Lula da Silva já no primeiro turno das eleições 2022.

Divergimos desta decisão por considerar os limites de uma candidatura que representa a reedição da política de conciliação de classes em prol do grande capital, agora tendo o velho tucano Geraldo Alckmin como vice. O programa defendido por Lula/Alckmin não será o nosso programa! Mas, hoje, essa chapa é a que melhor representa a possibilidade de derrotar Bolsonaro nas eleições de 2022. Por isso, estaremos engajados na campanha desde o primeiro turno, porém, com cara própria e defendendo um programa democrático e popular de fato (antimonopolista, antilatifundiário, antiimperialista, ecossocialista, democrático-radical e contra todas as opressões) que contribua para o acúmulo de forças de todos/as os/as explorados/as e oprimidos/as rumo ao socialismo.

Seguiremos ousando lutar por um PSOL que se constitua como alternativa de esquerda independente. O PSOL continua sendo a melhor alternativa de esquerda ampla para dialogarmos com setores da classe trabalhadora, a juventude, as mulheres, os negros e negras, indígenas os/as LGBTTQIA+ que se contrapõem à barbárie para a qual o capitalismo tem levado o Brasil e o mundo.

Mas é preciso resistir às ameaças que rondam o PSOL. O fato do PSOL coligar-se com a chapa Lula/Alckmin nas eleições de 2022 não autoriza nenhum militante ou organização a negociar futura composição em um eventual Governo Lula/Alckmin. Lutaremos para que o PSOL mantenha sua independência política e de classe, sem tornar-se parte de um governo cujos limites já estão, de antemão, dados.

 Impedir que o PSOL se torne um instrumento da ordem só será possível se construirmos um partido enraizado nas lutas populares e não somente voltado para as eleições. Também é necessário, no PSOL, mantermos a maior unidade possível dos seus setores combativos que sustentaram a pré-candidatura do companheiro Glauber Braga, além de ampliar o diálogo com os setores que, apesar de defenderem o apoio a Lula/Alckmin já no primeiro turno, se colocaram publicamente contra o ingresso do PSOL em um futuro governo do PT.

Cabe a nós, neste momento, estarmos ao lado da resistência popular ao governo Bolsonaro e a partir das lutas impulsionarmos nossas campanhas para obter vitórias também no terreno eleitoral.

Seguiremos ousando organizar a classe trabalhadora e todos os oprimidos para derrotar o bolsonarismo, sua defesa dos interesses do imperialismo e do grande capital em geral e de destruição nacional, e sua política de ódio, seu preconceito, sua misoginia, sua lgbtfobia e seu racismo e seu autoritarismo neofascista. Assim atuaremos  entendendo que é tarefa central da esquerda construir esta derrota nas ruas, hoje, com o povo organizado.

Devemos, desde já, construir uma campanha nacionalmente organizada em torno da palavra de ordem Bolsonaro Nunca Mais! Mas isso não significa abandonar a bandeira do Fora Bolsonaro! Devemos levantá-la em todas as mobilizações sociais, atos de rua das campanhas e debates. A nossa militância deverá organizar comitês Bolsonaro Nunca Mais! nos estados, com agenda permanente denunciando todas as medidas antinacionais, antipopulares e antidemocráticas do genocida. Devemos denunciar diariamente sua política de morte, de destruição da Petrobrás e do patrimônio nacional, com ênfase em questões fundamentais e de forte apelo popular como o preço do gás de cozinha, da gasolina e dos alimentos; o desemprego; a fome; os ataques aos indígenas e quilombolas, às mulheres etc.

Vamos participar ativamente da campanha pela eleição de Lula da Silva. Mas, isso será feito sem mentir e criar falsas ilusões para o povo trabalhador. Participaremos da campanha preservando nossa autonomia política e fazendo uso, ao máximo possível, das nossas simbologias próprias.

Devemos no próximo período ampliar nosso diálogo com todos e todas que atuam conosco nos movimentos sociais e no PSOL para sermos parte ativa de um amplo movimento de massas para derrotar Bolsonaro nas ruas e nas urnas.

OUSANDO LUTAR PARA DERROTAR BOLSONARO NAS RUAS E NAS URNAS, VENCEREMOS!

OUSAR CONSTRUIR O FUTURO SOCIALISTA NAS LUTAS DO PRESENTE!

AÇÃO POPULAR SOCIALISTA – APS/PSOL

Maio de 2022

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