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Nota da Ação Popular Socialista – APS/SP

            A conjuntura brasileira e mundial manifesta com certa clareza o avanço de uma ofensiva de extrema direita que se apresenta articulada a setores econômicos da ortodoxia neoliberal. Juntos, observamos a destruição dos direitos sociais mínimos ainda presentes e o caminhar firme de reformas e políticas cujo objetivo é a constituição da sociabilidade irrestrita do mercado como cenário privilegiado das relações humanas. Nós, enquanto lutadores, lutadoras e militantes organizados, estamos constantemente em disputa pelos rumos do projeto societário que atenda a ampla maioria da sociedade, lutando ombro a ombro com os que vivem do próprio trabalho.

            Entretanto, tais objetivos parecem não constituir o fio condutor do horizonte das ações políticas da maioria do PSOL, seja da Nacional, seja da Estadual paulista. A manifestação oficial da desistência de Guilherme Boulos na disputa ao Palácio dos Bandeirantes reflete claramente a política pragmática e eleitoreira que marca a condução do Psol por esse grupo.

            As ações do PSOL de Todas as Lutas (Primavera Socialista, Revolução Solidária, Resistência, Subverta e Insurgência) a frente do partido são justificadas, segundo nota do Diretório Estadual, pela necessidade de construção de uma “alternativa de esquerda para São Paulo” que será “acompanhada de uma base programática sólida, que permita projetar um governo de esquerda sem alianças com partidos de direita e do centrão para reconstruir SP pelas mãos dos movimentos sociais e para cumprir com as necessidades mais emergentes do povo trabalhador.”

            Ora, é de conhecimento público as movimentações de Lula e do PT disputando o “centrão” – as quais muitos daqueles partidos são oriundos da antiga Arena (Aliança Renovadora Nacional), base do período da ditadura brasileira -, além da formalização da aliança com Geraldo Alckmin, articulações para um futuro arco de alianças que viabilize a governabilidade nos marcos da democracia liberal. Em outras palavras, acordos e arranjos que permitam o diálogo e atendimento às demandas dos grupos econômicos que predominam no Brasil e no mundo.

            A retirada da candidatura própria do PSOL ao governo paulista, deve ser considerada e combatida na perspectiva de construção de um partido que deve estar alinhado ao seu programa e seu histórico de lutas, fortalecendo as bases organizativas da classe trabalhadora, das mulheres e dos povos negro e originário no combate ao avanço do bolsonarismo e das forças sociais que o sustentam.

            A posição defendida pela maioria do DE do PSOL e por Guilherme Boulos representam:

– alinhamento à política de alianças com o “centrão” (Arenão) e com Alckmin;

– adoção autoritária da “frente ampla” como política de alianças do PSOL;

– desconsideração do debate democrático no interior do partido;

– secundarização dos objetivos de mobilização e organização popular como forma de disputa da hegemonia da sociedade;

– legitimação do pragmatismo eleitoral como tática e estratégia em detrimento de um programa de esquerda e revolucionário;

– rebaixamento do protagonismo do PSOL como instrumento de luta e construção do socialismo;

            Para tanto, a Ação Popular Socialista defende o protagonismo do PSOL como catalisador do debate político de enfrentamento à extrema direita e às reformas neoliberais, operando como elemento de mobilização popular em defesa da democracia.

Para tanto, ter espaço no debate político, neste momento, exige que o Psol tenha, na capital econômica do Brasil, uma candidatura à altura das necessidades da conjuntura que vivemos. O PSOL precisa brilhar. O PSOL precisa se constituir como um partido programático e não pragmático. E nesse sentido, apoiamos para essa tarefa a candidatura da camarada Mariana Conti para ocupar o espaço político e elevar a potencialidade do PSOL como instrumento de luta na construção do socialismo.

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