Em uma pandemia não se põe à prova apenas a estrutura do sistema de saúde, mas também como é tratada a vida das pessoas, tanto das que são cuidadas, como das que fazem o cuidado.

Iniciando este debate, destacamos a prefeitura de Belém, que continua tratando o sistema de saúde municipal, assim como  faz há vários anos, com irresponsabilidade, amadorismo e sucateamento dos equipamentos, além da não valorização de seus funcionários, que não têm reajuste salarial, já que o salário mínino, que é a base de cálculo da remuneração, está abaixo do salário mínimo nacional vigente.

E quando pensamos que não pode piorar, os servidores são postos à prova a cada dia de trabalho, seja pela falta de EPIs, seja pela falta de insumos, seja pela carga de trabalho que acumulam, haja vista o afastamento de muitos trabalhadores, que já vinham adoentados e que precisaram estar em quarentena domiciliar por serem do grupo de risco, como hipertens@s, diabetic@s e muit@s que ainda estão em tratamento de doenças que comprometem consideravelmente a sua imunidade. Em decorrência desta vacância esses postos de trabalho não vêm sendo repostos como deveriam.

Também precisamos valorizar os profissionais de saúde, respeitando-@s em todos os postos que ocupam: médicos, enfermagem, assistência, técnicos, administrativos, maqueiros, higienização, entre outros.

Neste momento é importante ressaltar que, apesar de toda a falta de cuidado e valorização,  os profissionais de Saúde estão dia e noite lutando pela defesa da vida dos pacientes, colocando todo saber e dedicação a serviço da recuperação dos que precisam desses cuidados.

Neste sentido, esses trabalhadorxs entendem que o reconhecimento necessário se traduz em condições adequadas de trabalho, tanto física, material e principalmente de respeito por parte da  gestão pública e privada  à  atividade  profissional na área da saúde, que está na linha de frente do combate a esta pandemia.

Ter aplausos neste momento, no mínimo nos revigora, mas o que de fato irá nos valorizar são ações práticas. Precisamos de medicamentos, insumos e EPIs.

Precisamos de ajuda, precisamos que os órgãos fiscalizadores estejam alertas, para que a gestão, além de garantir o atendimento da população, também garanta condições de trabalho aos profissionais de saúde.

É importante aproveitar este momento de crise sanitária, dialogando com o conjunto da sociedade brasileira sobre a imediata necessidade de implantar uma plataforma geral de medidas e ações de saúde que contenha os seguintes eixos:

  • Defesa   e   reforço   do   Sistema   Único   de   Saúde   (SUS)   em   todos   os   seus aspectos, políticos e materiais;
  • Fim de qualquer discussão sobre medidas que visem seu enfraquecimento e privatização, mesmo que indireta;
  • Contratação de  todos os  funcionários   do  setor   de  saúde  já  aprovados  em concursos e novos contratos necessários ao pleno atendimento do povo;
  • Financiamento do estado para aumentar a produção de todos os produtos necessários ao atendimento médico, hospitalar e preventivo;
  • Ampliação   de   leitos   e   UTIs   nos   hospitais   públicos   e   construção   de   novos hospitais;
  • Distribuição   gratuita   de   remédios,   máscaras,   álcool   em   gel   e   produtos   de limpeza para quem necessite;
  • Garantir   o   exame   do   coronavírus  em   todas  as   pessoas  com   suspeitas   de infecção;
  • Higienização   regular   de   todos   os   ambientes   e   equipamentos   públicos   e privados de circulação, transporte e trabalho;
  • Mobilização imediata de kits de teste, recursos e apoio às equipes médicas que estão à frente desta pandemia;
  • Aceleração imediata da produção de materiais necessários para enfrentar a crise (kits de teste, máscaras, respiradores);
  • Cuidado especial aos(às) trabalhadores(as) da saúde, limpeza, transporte e outros de maior exposição;
  • Medidas   protetivas   à   vida   e   territórios   dos   povos   indígenas,   quilombolas   e comunidades tradicionais, protegendo seus recursos naturais e garantindo a melhora da qualidade de vida, independentemente da fase de regularização e titulação   em   que   se   encontram;
  • Dotação   orçamentária   adicional   para   o subsistema de saúde indígena;
  • Proteção  às  pessoas em   situação   de  rua  com  ampliação  e   construção   de abrigos e atendimento de qualidade.

Foto: tirada em 6 de março de 2020 mostra pessoal médico revendo um paciente com o coronavírus COVID-19 no Hospital da Cruz Vermelha em Wuhan, na província central de Hubei, na China (STR / AFP via Getty Images)

#PalmasparaoSUS.

#EudefendooSUS

#RevogaEC95

Trabalhador@s da Saúde da Resistência e Luta