Grupos neofascistas, liderados por Bolsonaro, convocaram um ato para do dia 15 de março para atacar os direitos do povo. Responderemos com um Março de Lutas, nos dias 8, 14 e 18! Fora Bolsonaro Mourão. Em defesa das Liberdades Democráticas, dos direitos do povo e da Soberania Nacional. Nota da APS-PSOL, a seguir.
Contra as ameaças neofascistas!
Março de Lutas: Fora Bolsonaro-Mourão!
Declaração da APS/PSOL
- Os variados grupos neofascistas, liderados pela família Bolsonaro, presentes na sociedade civil e no estado, especialmente no núcleo duro do governo e nos aparelhos jurídicos coercitivos, deram mais um passo antidemocrático ao convocar um ato para do dia 15 de março.
- Anunciam múltiplos objetivos, mas tendo como centro a defesa do governo Bolsonaro e um endurecimento do regime político e, no limite, um golpe de estado. Isso está se expressando na volta das palavras de ordem de fechamento do Congresso Nacional, do STF e de um novo AI-5.
- Ao se envolver diretamente com a construção dos atos, Bolsonaro mais uma vez demonstra sua defesa do autoritarismo e da violência promovida pelo Estado burguês, simbolizados em sua frequente postura antidemocrática e nos repetidos elogios a torturadores, à Ditadura Militar e na sua relação íntima com milicianos.
- Com isso, Bolsonaro, mais uma vez, cometeu crime de responsabilidade ao atentar contra o livre exercício do poder legislativo e do judiciário previsto no Artigo 85 da Constituição Federal. Repassar vídeos a partir de sua conta pessoal, fortalece a postura do General Heleno que sinalizou, já na semana passada, a necessidade de mobilizar apoiadores para enfrentar as instituições da democracia liberal burguesa.
- Criar as condições para o fechamento do regime, visa garantir a aprovação das reformas que interessam ao grande capital, destroem a soberania nacional, pioram as condições de vida dos trabalhadores, trabalhadoras e do povo. Além disso, estreitam os espaços de atuação política dos movimentos sociais e partidos de esquerda, o que é fundamental para assegurar a viabilidade do projeto ultraliberal em curso no país.
- Mas também visa impedir o andamento de inquéritos e processos que, se não forem manipulados, estão indo na direção de comprovar o envolvimento direto do presidente e seus parente diretos com diversos tipos de crimes. Visa também reforçar sua base de sustentação social, que é alimentada pelo discurso ultra conservador e reacionário em geral, e se prevenir do avanço do Fora Bolsonaro e de um impeachment que já tinha começado a ser ventilado.
- Ação do dia 15 também visa criar uma cortina de fumaça para esconder o fracasso da política econômica do governo, depois das reformas, especialmente a trabalhista e previdenciária. E da difícil “recuperação econômica” diante da continuidade da crise mundial do capitalismo. Finalmente, busca gerar medo e confusão na oposição popular, expressa em muitas postagens na redes sociais.
- Se as forças populares permitirem que isso aconteça sem um amplo e forte enfrentamento, será mais um ânimo para que o neofascismo se fortaleça na direção de seus objetivos.
- O “Fora Bolsonaro-Mourão”, que já era uma bandeira acertada, agora se torna ainda mais central e urgente.
- As últimas movimentações, sejam as medidas enviadas ao parlamento, a permanência do discurso reacionário e o reforço da presença de chefes militares em cargos-chave do governo, visam colocar a resistência popular, a esquerda e mesmo a frouxa oposição liberal na defensiva. Buscam ainda amedrontar qualquer eventual alternativa de governo ao grupo neofascista, inclusive as outras candidaturas ultraliberais que já se articulam.
- Mas não há unidade do conjunto da classe dominante nem das Forças Armadas com os objetivos golpistas, como se pode ver nos editorias da grande mídia burguesa, e nas declarações de diversas lideranças e personalidades liberais e algumas lideranças militares.
- Há, portanto, na movimentação bolsonarista, um misto de objetivos de classe da burguesia em geral, com perspectivas ideológicas específicos, como o neofascismo, o fundamentalismo religioso e o autoritarismo em geral. Há também interesses políticos e materiais particulares, como o de parte da elite militar, de igrejas neopentecostais e de grupos do grande capital nacional e internacional. E, dentro destes últimos, os interesses econômicos e geopolíticos de seus principais aliados na política internacional, especialmente os EUA. Portanto, expressa também uma disputa de hegemonia entre as frações da burguesia e da direita.
- Eles não aceitam nenhum tipo de oposição. Nem mesmo dos liberais e do social-liberalismo supostamente de esquerda que insiste em esperar as eleições de 2022.
- Mas mesmo com mais esta demonstração de ameaça direta ao regime liberal democrático, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e Dias Tofolli deram tímidas declarações para defender as instituições que lideram (Câmara, Senado e STF), preferindo quase silenciar em nome da governabilidade e da aplicação da agenda econômica neoliberal de Bolsonaro-Mourão e Paulo Guedes. Esse silêncio expressa o consenso das classes dominantes em torno do projeto econômico do governo e a tentativa de conter os “impulsos autoritários” do presidente na base do “diálogo”.
- O Congresso Nacional e o judiciário brasileiros, têm estado historicamente a serviço da classe dominante e têm nossa oposição. Ainda mais no período mais recente quando têm sido um instrumento fundamental para a aprovação das medidas ultraliberais. Mas, diante das ameaças neofascistas, não podemos permitir a restrição autoritária de seu funcionamento, o que favoreceria ainda mais o grande capital.
- Mas, não podemos confiar nas atitudes do Congresso e do STF. A única resposta efetiva é a luta para acabar com este governo. É a luta de massas tendo como eixo central a palavra de ordem Fora Bolsonaro/Mourão!
- Infelizmente, as cinco (5) maiores centrais sindicais do país responderam com uma nota pífia, sem propor mobilizações e entregando a resposta para as lideranças da direita liberal no Congresso Nacional. Postura vacilante também observada nos grandes partidos que ainda se auto consideram de “esquerda”.
- Conclamamos as organizações populares, partidos e correntes de esquerda ou que ainda se autodenominam assim, para sair da inércia da espera das eleições do 2022 e da conciliação de classes, agora se tornando conciliação com o autoritarismo.
- Diante da possibilidade real de qualquer tipo de endurecimento do regime e restrições das liberdades, a resposta da resistência popular precisa ser rápida e efetiva. Os trabalhadores e as forças de esquerda, democráticas e populares devem construir espaços e ações conjuntas contra o autoritarismo do governo e suas políticas regressivas.
- Centrais sindicais, movimentos urbanos e rurais, a juventude, mulheres, negros e negras, quilombolas, povos indígenas, LGTBs, frentes de movimentos, partidos de esquerda e o povo em geral, devem unir-se na defesa das liberdades democráticas, dos direitos do povo e da soberania nacional.
- Nesse sentido, é tarefa prioritária na conjuntura organizar as mobilizações no Dia Internacional das Mulheres, 8 de março; no dia 14 pela Memória e por Justiça a Marielle e Anderson e na Greve Nacional da Educação e em defesa do Serviço Público no dia 18 que serão fundamentais para dizer não ao arbítrio e gritar em alto e bom som Fora Bolsonaro/Mourão! E, no bojo deste processo, construir a Greve Geral.
- Mas não basta impedir um endurecimento do regime ou um golpe de Bolsonaro. É preciso tirá-lo do governo. E não basta só isso. É preciso fazê-lo no bojo de um grande movimento de massas que também derrote as políticas ultraliberais, antipopulares e antinacionais. Por isso, Fora Bolsonaro-Mourão, com base na luta popular!
- O dia 18 de março deve ser um amplo movimento dos trabalhadores e trabalhadoras, da juventude e de todo o povo que vá além da Defesa da Educação e do Serviço Público. Para ser uma ampla ação de greves, paralisações e mobilizações pelo Fora Bolsonaro.
- Construir na luta uma verdadeira alternativa de esquerda: democrática, popular, anti-imperialista, antimonopolista, antilatifundiária, ecossocialista e contra todas as opressões. Sob hegemonia dos trabalhadores e rumo ao socialismo!
Fora Bolsonaro-Mourão!
Em defesa das Liberdades Democráticas, dos Direitos do Povo e da Soberania Nacional
Um Março de Lutas, nos dias 8, 14 e 18!
Fazer do dia 18 um grande grito do povo pelo Fora Bolsonaro-Mourão!
Ação Popular Socialista – APS/PSOL
27 de fevereiro de 2020
Veja também nossas resoluções de Conjuntura Nacional e Internacional
https://acaopopularsocialista.com/2020/01/13/resolucao-de-conjuntura-nacional-e-tatica-da-aps-psol/
https://acaopopularsocialista.com/2020/01/03/resolucao-de-conjuntura-internacional-da-aps-psol/
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