Search
Close this search box.

Qualquer pessoa de bom senso achou, no mínimo, interessante o “passeio” do Ministro Fernando Haddad em uma Audiência Pública da Comissão de Finanças e Tributação do Congresso na última quarta-feira (22/05). Na ocasião, o ex-prefeito de São Paulo rebateu críticas e tentativas de “lacres” dos bolsonaristas de plantão em diversos temas, desde o show da Madonna até a política econômica.

A máxima “a Terra é redonda o tempo todo” viralizou nas redes, rendendo memes e alcançando o topo dos assuntos mais comentados da semana. No entanto, para além das trocas de frases de impacto, é necessário que se diga a verdade: o governo Lula tem mantido fidelidade ao grande capital por meio do arcabouço fiscal que massacra a classe trabalhadora brasileira.

O controle fiscal, um dos princípios neoliberais para atender aos interesses dos bancos e grandes capitalistas através do esquema da dívida pública, não pode se sobrepor às necessidades básicas da população. O aumento do superávit primário e a contenção dos gastos públicos, sem considerar as demandas sociais, apenas aprofundam as dificuldades enfrentadas pelas famílias de baixa renda, especialmente em um contexto de inflação alta e desemprego persistente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 33 milhões de brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, um quadro agravado pelas políticas de austeridade.
Nesse sentido, o neodesenvolvimentismo aplicado pelo governo vai demonstrando, assim como em outros governos do PT, a incapacidade de avançar na solução das questões centrais do povo brasileiro. Em nome da governabilidade e do projeto de conciliação, a política econômica é conservadora e social- liberal. Desta forma, a resposta as contradições aprofundadas pela crise estrutural do capitalismo em um país da periferia como o Brasil, não estão na austeridade e no controle fiscal, mas, no combate aos privilégios históricos das elites.
A APS defende um modelo econômico que priorize o essencial para a vida da classe trabalhadora e do povo. Efetivar políticas públicas que promovam a redistribuição de renda, o fortalecimento dos serviços públicos e o estímulo à economia popular.

Entendemos a complexidade das relações políticas envolvidas nas negociações em um governo formado pela composição de diversos setores da sociedade que, apesar das diferenças políticas e ideológicas, se uniram para derrotar as forças do atraso e do fascismo. Porém, essa aliança eleitoral se transformou através de sua ampliação com setores que estavam no governo Bolsonaro, uma cilada para o governo e suas políticas macroeconômicas.

Assim, tão evidente quanto o formato do planeta, é a luta de classes. Ao ceder aos interesses das camadas mais ricas, o “calabouço fiscal”, na prática, coloca impedimentos para que o governo Lula retome os investimentos necessários para alavancar a retomada direito perdidos durante o golpista de Temer e ultraliberal de Bolsonaro. Portanto, enfrentar o calabouço fiscal deve ser prioridade dos movimentos sociais e partidos de esquerda. Não há, diante das circunstâncias históricas, qualquer possibilidade que não seja o radical enfrentamento a conciliação e as políticas neoliberais presentes no governo.

Seguiremos mobilizados para derrotar tamanho retrocesso! Ousando lutar, venceremos

Compartilhe nas Redes

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *