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A forma covarde empregada pela polícia de Rui Costa (PT), usando a violência gratuita contra os Sem Teto e até um tiro desferido em direção ao Deputado Hilton Coelho, foi um dos episódios mais grotescos do seu governo. Artigo de Hamilton Assis, a seguir.

Lutar não é crime! Nossa solidariedade aos Sem Teto da ocupação Nova Maria Felipa, ao deputado Hilton Coelho (PSOL) e ao advogado do SAJU.

 

Após ter dado como presente de natal o olho da rua para 200 famílias de sem teto, da ocupação Maria Felipa, que ocuparam o antigo Hospital Couto Maia, o governador da Bahia Rui Costa autorizou a polícia a fazer uma nova desocupação, dessa vez ainda mais violenta das mesmas famílias, da nova ocupação Maria Felipa que se instalou no bairro da Ribeira, em um galpão desativado da Empresa de Baiana de Navegação.

A forma covardemente violenta que foi empegada para desalojar os sem teto representou um dos episódios mais grotescos do governo Rui Costa (PT), no apagar das luzes do ano de 2019. Primeiro, pela forma intransigente e desproporcional do uso da força policial contra mulheres, crianças, jovens e idosos que faziam arte da ocupação, o que revela uma opção pelo uso da violência ao invés da negociação, numa atitude de criminalização das lutas e dos lutadores sociais.

Mas um dos momentos mais desatinados desse episódio, foi o total desrespeito da tropa policial ao deputado Hilton Coelho (PSOL), que teve um tiro de bala de borracha disparado em sua direção e do advogado Douglas Matos, membro do Serviço de Apoio Jurídico da UFBA – SAJU, que presta assessoria ao movimento, que teve as roupas rasgada e ferimentos. Além da prisão de Vitor Aicau, uma das lideranças do MLB que foi sequestrado pela polícia e que acusa ter sofrido violência física e psicológica, que teve a sua liberdade afiançada e ainda responderá processo na justiça civil.

Já sabemos da fama do governo Rui Costa no uso da polícia contra os movimentos sociais e dos seus elogios aos atos arbitrários e, até mesmo, criminosos dos seus policiais. Mas o que chamou atenção foi o fato da tropa não ter levado em consideração a presença de um deputado estadual, membro da Comissão de Direitos Humanos da ALBA, que tentava impedir a repressão cumprindo o seu papel constitucional como parlamentar. No entanto, até agora também não colhemos nenhuma declaração, quanto ao desrespeito sofrido por aquelas pessoas e ao parlamentar, de nenhum outro deputado, seja de “esquerda” ou da oposição de direita, o que mostra o quanto eles estão de acordo com este método de ação do Estado para resolver problemas sociais.

E qual foi o crime dessas pessoas? Defender o direito a moradia, um direito constitucional, numa cidade em que até o Estado e a Prefeitura viraram especuladores imobiliários, quando deveria dar destino social às suas propriedades. Vide o anúncio de fechamento de escolas públicas, a exemplo do Colégio Estadual Odorico Tavares, e a venda de terremos públicos por parte do prefeito para entrega-los ao mercado imobiliário. Tudo isso para fazer caixa para aportar os “projetos tamanho G”, que vêm sendo custeados com a venda de imóveis públicos e o arrocho salarial dos servidores. Dessa forma, a cidade vai perdendo o seu patrimônio público para o mercado privado e aprofundando as desigualdades, enquanto seu povo tem que lutar para assegurar o mínimo de dignidade.

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