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A Greve Nacional da Educação foi um grande tsunami de dois milhões de pessoas nas ruas, principalmente estudantes, pela educação pública e contra a reforma da Previdência. Dia 30 de Maio tem mais. E 14 de junho é Greve Geral. Nota da Resistência e Luta. A seguir.

Tsunami da Educação nas ruas novamente dia 30 de Maio! 

Nota da Resistência e Luta – corrente sindical e popular

 

O 15M, greve nacional da educação, foi uma grandiosa tsunami de luta que reuniu cerca de dois milhões de ativistas nas ruas em defesa da educação pública, a principal bandeira da juventude, além dos protestos dos trabalhadores contra a reforma da Previdência. Longe de ser apenas uma onda, as gigantescas manifestações de norte a sul, em 220 cidades, já têm data para voltar a fazer tremer o governo Bolsonaro, que corta verbas da educação e quer destruir a previdência pública. As entidades do movimento estudantil no mesmo dia convocaram o dia 30 de maio próximo, com apoio de entidades nacionais representativas dos trabalhadores da educação, como ANDES, SINASEFE, FASUBRA e CNTE, além diversas entidades estaduais e municipais, às quais também se soma a corrente sindical e popular Resistência e Luta.

A explosão de indignação na juventude diante do anúncio do corte de 30% do orçamento do MEC, precedidos de diversos ataques ideológicos do próprio Ministro à educação pública, deixou entrever que seria grandioso o 15M.  A juventude espontaneamente começou de imediato a organizar atos massivos que unificaram a comunidade escolar e acadêmica, fazendo o apoio à luta crescer entre familiares, passantes e o povo em geral, que tomou consciência do absurdo que é um Ministro da Educação se colocar abertamente contra instituições de conhecida excelência, como é o caso das universidades e institutos federais. Em diversos estados ocorreram atos espontâneos, como abraços às instituições de ensino, que deram mostras da força da tsunami de revolta e luta da educação que estava para explodir no 15M.  O apoio à luta foi se disseminando na população, criando o caldo de cultura agitativa que precede as grandes manifestações, como aconteceu em 2013. Importante ressaltar que já havia forte oposição a diversos atos do governo Bolsonaro, como à reforma da Previdência, nos meios da educação, ainda maior do que no total da população, que é majoritariamente contrária.

A indignação entre estudantes e educadores contra o governo Bolsonaro foi crescendo no mesmo ritmo em que se sucediam os ataques do próprio Ministro Abraham Weintraub à educação pública. Os 30% de corte no orçamento do MEC, agora chamados eufemisticamente de “contingenciamento”, foram o rastilho de pólvora que faltava. Por parte do governo, também houve “contribuição”, já que não foram apresentadas justificativas técnicas para esse percentual de corte, que ameaça o funcionamento das instituições.  Chamado ao congresso, o Ministro teceu patéticas alegações vagas e não fundamentadas, entre elas a de que o ensino superior não seria prioridade do governo, cometendo erros bizarros de cálculo e demostrando não conhecer a própria área de atuação.  Está escancarada a tentativa de desmonte de um setor que não se curva às ameaças do governo Bolsonaro, desde a campanha eleitoral, e que preserva o pensamento crítico, a autonomia política, administrativa e pedagógica, além da excelência no ensino e na pesquisa – o que parece estar na direção contrária aos ditames desse governo autoritário e verdadeiro inimigo da educação pública.  No mesmo dia das manifestações, Bolsonaro ainda lançou ofensas aos estudantes e ao movimento sindical, como se a juventude, protagonista dos atos, fosse mera massa de manobra. A resposta soou avassaladora nas ruas tomadas de indignação, nas impressionantes imagens captadas do alto, como há um bom tempo não se via.

 

É hora de tomar as ruas

rumo à greve geral dia 14 de junho!

Avançar a resistência popular em defesa da Educação e da Previdência Pública!

 

A irrupção de grandes atos no país, os maiores desde 2013, abre um novo período de avanço da resistência popular, com o protagonismo da juventude organizada. Unificada na luta e na organização com as entidades dos trabalhadores na educação, que já constituíam uma vanguarda na construção do 15M e da greve geral, a juventude das universidades e institutos federais puxou a luta explosiva quando as ameaças do MEC passaram à ação dos cortes, que não disfarçaram o intuito baixo de vingança e destruição. Essa explosão das massas nas ruas se dá como um dique rompido depois de muita pressão e resistência fragmentada, mas acumulada.

Passamos por ataques muito duros de governos a serviço do mercado financeiro, desde o arrocho fiscal de Dilma em 2015, a reforma trabalhista, e a EC 95 (chamada de PEC da Morte, que congela os gastos em saúde e educação). Diversos outros ataques se sucederam, como cortes na educação nos estados, a ameaça à liberdade de ensinar e aprender (o projeto de Lei da Mordaça), a reforma privatizante e limitadora do ensino médio, materializada na intervencionista e restritiva BNCC, a reforma trabalhista, que generalizou a precarização do trabalho, a perseguição de educadores, repressão a greves na educação e corte de salários em alguns estados. Nessa acumulada e crescente indignação, o governo Bolsonaro mexeu num vespeiro, abrindo caminho para a reação explosiva da juventude, que é audaciosa o suficiente para não temer a repressão e surpreender os prognósticos de desmobilização após as grandes derrotas da classe trabalhadora. A ela se unifica a classe trabalhadora em luta.

A percepção dessa perseguição já saiu do epicentro dos ataques e contagia a população, num crescendo que pode conflagrar grandes lutas, greves e atos, culminando numa greve geral forte o suficiente para derrotar a reforma da Previdência.  Seria o começo do fim do governo Bolsonaro, ainda que siga o mandato, naufragado em crise, com desfecho ainda imprevisível. Neste momento em que nos alimentamos da luta, construída nas bases, contra os ataques na educação e em defesa da previdência pública, conclamamos todas e todos a se somarem às manifestações que explodem no país, rumo a uma greve geral vitoriosa.  O abalo sísmico no governo Bolsonaro com a voz grandiosa das ruas em luta no 15M vai seguir ecoando em 30 de maio e prenuncia que vai ser ainda maior em 14 de junho, reafirmando que é urgente lutar e é possível vencer.

Resistência e Luta, maio de 2019

www.facebook.com/RLcorrentesindicalepopular/

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