Nota da RESISTÊNCIA E LUTA – corrente sindical e popular.
A constituição do governo golpista de Temer não estabilizou a profunda crise política e econômica que o país vive nos últimos anos.
Mesmo enfraquecido pelas denúncias de corrupção e com baixíssima popularidade, Temer ainda mantém maioria no congresso, ainda que enfrente grande dificuldade para continuar governando. A Reforma da Previdência, com alta rejeição popular, está parada no Congresso. Já a Reforma Trabalhista, que, por não ser Proposta de Emenda Constitucional, requer menor quórum, segue tramitando nas comissões do Senado. O governo agonizante se movimenta, dentro e fora do congresso, para aprovar a Reforma Trabalhista e dar um sinal ao grande capital, buscando unificar as frações da burguesia para estancar as pressões por sua saída.
Diante desse cenário de profundos ataques contra a classe trabalhadora, a Resistência e Luta – corrente sindical e popular – defende a mais ampla unidade com todos aqueles e aquelas que querem lutar pelo Fora Temer, contra as reformas em curso e pelas eleições diretas gerais já. Assim, nesse esforço de construção unitária, tem crescido a resistência e as lutas sociais. Estão dadas as condições para a greve geral do dia 30 de junho e dela não podemos recuar.
A vitoriosa greve geral do dia 28/04, quando mais de 40 milhões de trabalhadores conseguiram paralisar setores estratégicos e realizar mobilizações de massas em todo o país, precisa ter sequência em uma nova e ainda mais ampla greve geral. Essa mobilização da classe trabalhadora, que se intensificou no mês de março, com o 8M classista e as grandiosas manifestações e paralisações de 15M e 31M, construiu as condições para que o 28 de abril fosse a maior greve geral do país nos últimos 25 anos, sinalizando concretamente que há muita disposição de luta entre os trabalhadores. A grande marcha a Brasília, no dia 24/05, também foi fundamental para acumular forcas e derrotar o governo golpista e suas reformas regressivas. Aproximadamente 150 mil pessoas ocuparam Brasília e, mesmo diante da repressão da PM e das Forças Armadas, os trabalhadores resistiram com muita determinação.
No dia 05/06, as centrais sindicais se reuniram em São Paulo e corretamente definiram a convocação de uma nova greve geral no dia 30/06. A partir desse importante consenso, as centrais sindicais, as entidades de base, os movimentos sociais e as organizações políticas vêm construindo esse calendário em assembleias, plenárias, mobilizações nos comitês de base, encontros, debates e panfletagens. Porém, no último dia 14/06, foi articulada uma reunião não oficial com algumas centrais sindicais, com o objetivo de reavaliar o dia 30/06, alegando dificuldades e um suposto calendário de votação da reforma trabalhista. A verdade é que as centrais majoritárias, com mais peso em setores estratégicos, têm alterado o chamado da GREVE GERAL pela consigna “JUNHO DE LUTAS” Contra as Reformas, o que na prática desmarca a greve geral, prejudicando a convocação de um movimento que, se for unitário, tem condições de ser ainda maior do que a greve geral de 28 de abril, com potencial para derrubar as reformas e o governo Temer.
Diante dessas manifestações e de um possível recuo da greve geral, a corrente sindical e popular Resistência e Luta reafirma a necessidade absoluta da mais ampla unidade com os lutadores deste país na construção da greve geral no dia 30/06. A Unidade dos lutadores e lutadoras neste momento da conjuntura é fundamental para derrotar os brutais ataques. No entanto, se eventualmente uma ou outra central, de forma oportunista e pragmática, desembarcar da greve geral por conta das negociatas e do imposto sindical, em detrimento das lutas contra a destruição da CLT, estaremos ao lado das centrais, entidades, frentes e organizações que continuarão na construção da greve geral, das mobilizações e das ocupações para derrotar Temer e suas nefastas reformas.
Fora Temer! Diretas Gerais Já! Fortalecer a greve geral de 30 de junho!