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Vindos de todas as partes do país, 30 mil ativistas, com acentuada predominância de estudantes das ocupações que contagiam o país,  ocuparam toda a extensão do Eixo Monumental na terça-feira, 29 de novembro. A luta era principalmente contra a PEC 55 (ex-241) que congela os gastos sociais do governo federal por vinte anos, afetando principalmente as áreas da educação e saúde. O protesto também se voltava contra a MP 746 (que reforma o ensino médio) e o projeto de lei da mordaça nas escolas (chamado “escola sem partido”).  A vibrante manifestação  foi dispersada por forte repressão policial antes mesmo de começar o ato político em frente ao Congresso Nacional, onde ocorria a votação da PEC 55 no Senado, em primeiro turno. Brasília se transformou em uma praça de guerra.

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Os ativistas, majoritariamente de organizações estudantis como UNE, UBES, ANEL e FENET, e de entidades sindicais da educação federal, como ANDES, FASUBRA e SINASEFE (organizados majoritariamente pela CSP Conlutas) e também de outros setores, como bancários da Intersindical e metalúrgicos da CSP Conlutas, sindicatos da educação básica ligados à CNTE, como o SINTEPP,  além de ativistas de centrais como CUT, CTB e outras., vieram em caravana de cerca de 600 ônibus e começaram a chegar desde as primeiras horas do dia 29, concentrando-se em frente ao Ministério da Educação. Na concentração foram distribuídas quentinhas para os estudantes, que eram os notórios protagonistas do #OcupaBrasília, nas barracas de sindicatos nacionais como ANDES e SINASEFE.

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Aconteceram também diversas atividades antes da marcha, como uma aula de sobre a dívida pública  e agitação das caravanas, com bandas de percussão. A disposição de luta era muita e todos sabiam bem sobre o enorme prejuízo para a população caso essa Proposta de Emenda Constitucional venha a ser aprovada.

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Com o crescimento da população e a crescente demanda para se ampliar os gastos financeiros, a limitada correção pela inflação não é nem de longe suficiente para manter a a qualidade da educação e da saúde públicas. São áreas que já passam por dificuldades devido ao investimento público abaixo dos percentuais previstos atualmente na Constituição (pelo efeito nefasto da DRU – desvinculação de receitas da União) – e é necessário ampliar esses índices, não reduzi-los ainda mais, como faz a PEC 55. Mas, com folgada maioria no Congresso, a PEC passou em dois turnos na Câmara e agora em primeiro turno no Senado, mesmo com toda a luta e a impopularidade do governo Temer.

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Com muita disposição de luta, a concentração para a atividade enfrentou a chuva (no começo) e uma quantidade espantosa de bombas de “efeito moral” – gases lacrimogêneo e de pimenta – lançadas inclusive dos helicópteros que sobrevoavam a Esplanada dos Ministérios. A necessidade de esmagar o ato, não permitindo a concentração em fente ao Congresso, parecia ser uma questão de honra para o governo Temer, que arregimentou um impressionante aparato repressivo para cercar o Congresso, no interior do qual parlamentares brindavam antes da votação,  indiferentes à luta que se travava no gramado em frente. Uma coluna de militantes conseguiu chegar bem próximo à rampa do congresso, onde senadores indiferentes à luta aprovaram a PEC 55 por ampla maioria. 2016-brasilia-bola-da-csp-conlutas-29-de-novembro

Saltou aos olhos a necessidade de se avançar o movimento de resistência para outros setores, para além da educação, com a participação efetiva das centrais grandes, que até agora não mobilizaram de fato suas entidades – a CUT, por exemplo, praticamente esteve fora das ruas neste dia e neste ato sua presença foi muito pouca, quase simbólica para o seu tamanho. Notória também é a urgência de se construir uma direção para o movimento, que fez falta no carro de som e na organização limitada do evento, dispersando forças e sem unidade tática para enfrentar a repressão muito bem armada e direcionada.

A mídia naturalmente encolheu bastante o tamanho da manifestação, além de ressaltar a ação dos movimentos autonomistas que se colocaram à frente da manifestação, numa tentativa de se realizar uma auto-defesa que acabou resultando em um confronto desigual, em que a policia tinha uma quantidade inenarrável de bombas, escudos e munição de todo tipo. Tinha também a falta de escrúpulos para reprimir com violência e covardia, como mostram as muitas imagens do ato,  aqueles que não se rendiam e não desistiam da luta.

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Foi bonita e pedagógica a luta para todos as dezenas de milhares de estudantes e ativistas do movimento sindical que se deslocaram para Brasília trazendo na bagagem muita vontade de enfrentar e derrotar a chamada PEC da Morte, pela devastação nos serviços públicos que esse ataque vai trazer, se for aplicado – pois ainda tem muita luta pela frente. Mas precisamos fazer avançar a resistência, já que vem muitos outros ataques por aí – essa foi a verdadeira motivação para o golpe institucional – como a Reforma da Previdência. Por isso, é necessário construir a greve geral a fim de parar o país, levantando a classe trabalhadora contra esse governo a serviço do capital, que quer destruir todos os direitos sociais garantidos pela Constituição de 1988, que está sendo desfigurada.

Album de fotos da manifestação

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Cartaz da organização do ato e caravana #OcupaBrasília #ContraaPEC55, com as logos das entidades organizadoras, todas do setor da educação, e as centrais participantes.

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Encontro entre muheres militantes da Resistência e Luta e Pajeú, da direita para a esquerda: Rita Lima, dirigente do Sindicato dos Bancários/ES e da Resistência e Luta, Rafaela Cardoso, do Pajeú Bahia, Renata Garcia, dirigente do Sindicato dos Bancários/ES e Magda Furtado, dirigente do Sindscope e da Resistência e Luta.

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Setores da educação federal organizados pela CSP Conlutas, como Sinasefe, ANDES e esquerda da Fasubra, compunham a maioria das entidades sindicais presentes na  manifestação.

 

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Dirigentes da Resistência e Luta: Caroline Lima e Joselene Motta, do ANDES, e Magda Furtado, do SINASEFE.

 

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Na foto acima, militantes do Sinasefe e da Resistência e luta: Paula Vielmo e Magda Furtado.

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Delegação do SINDIBANCÁRIOS do Espírito Santo, organizados pela Intersindical – um dos poucos setores para além da educação que participaram da caravana – reúnem-se após o ato na Esplanada dos Ministérios.

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A delegação dos metalúrgicos do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, organizados pela CSP Conlutas, era uma das poucas para além da áera da educação.

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A repressão transformou a Esplanada dos Ministérios em uma praça de guerra.

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Pajeú de Belém do Pará agitam Brasília, após a manifestação em que os estudantes das ocupações foram os protagonistas.

 

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