Diante da força da greve nacional dos bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) atendeu, nesta segunda-feira (26), à solicitação feita pelo Comando Nacionaldos Bancários e confirmou uma nova rodada de negociações para esta terça-feira (27), às 14h, em São Paulo. A agenda não finaliza a greve, a paralisação da categoria persiste até que as reivindicações bancárias sejam atendidas pela Federação.
Esta terça-feira marca o 21º dia de greve. Conforme aponta o último quadro de greve apurado, a paralisação segue com 353 agências fechadas, número superlativo que representa 78% do total existente no Espírito Santo. Nacionalmente, são 13.420 agências e 33 centros administrativos paralisados, o número representa 57% do total de agências existente no país.
Na sexta-feira, o Comando enviou um oficio a Fenaban para solicitar a volta das negociações da Campanha Nacional 2016. No texto, o Comando reforçou que, como os dirigentes sindicais estariam reunidos em São Paulo eles se colocavam à disposição para a retomada dos temas tratados na mesa de negociação.
Em greve desde o dia 06 de setembro, os bancários e bancárias participaram nesta quinta de ato público que marcou um dia nacional de mobilizaçãocontra as ameaças aos direitos promovidas pelo governo ilegítimo de Temer. Entre as medidas criticadas estão o projeto de lei que libera a terceirização no país (PLC 30/2015), a PEC 241/2016, que propõe o congelamento de gastos sociais por até vinte anos, e o PLP 257/2016, que renegocia as dívidas dos Estados com a União retirando direitos dos servidores públicos e a Reforma da Previdência.
Principais reivindicações dos bancários
- Reajuste salarial: reposição da inflação (9,62%) mais 5% de aumento real.
- PLR: 3 salários mais R$8.317,90.
- Piso: R$3.940,24 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).
- Vale alimentação no valor de R$880,00 ao mês (valor do salário mínimo).
- Vale refeição no valor de R$880,00 ao mês.
- 13ª cesta e auxílio-creche/babá no valor de R$880,00 ao mês.
- Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
- Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
- Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários.
- Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
- Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
- Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).